segunda-feira, julho 21, 2008

Paulicéia Desvairada




São Paulo é monocromática


Sem o charme dos filmes em preto e branco


Sem a poesia das fotografias antigas


Vermelha por outdoors fascistas


Que da noite pro dia tornam-se aquarelas às minhas vistas


Porque quando a gente acorda


Nossa cama é feito dia de sol com céu azul


E teus olhos são dois prismas


Filtrando luz


Arco-íris depois da chuva


São Paulo se enche de vida


Menina de faces rosadas


Corre arredia pela paulista


De vestido púrpura e laço de fita


Sopro de vida na cidade cinza




(Silvia Bandeira)

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