domingo, setembro 21, 2008

Registro

Esse pedaço é só pra registrar o meu orgulho pelo pai da Kika e do Gabiru.

Por uma atitude que ele teve recentemente e que, de certa forma, já era esperada por mim.

De todo jeito é sempre bom registrar ( e desmentindo aquela velha história de que "Nenhuma admiração resiste a proximidade") o quanto é gostoso saber que conhecemos bem as pessoas que admiramos e vice-versa.

E eu sempre me apaixono por ele durante esses momentos.

Como disse o Rodrigo: "Odeio admitir, mas o cara é foda!"

Do coração ao caráter.

Ele sabe.

Um beijo no rosto

Você já ligou eufórica pra uma amiga pra contar que havia recebido um beijo...

... No rosto?


Eu já.

E vejam bem, foi um singelo beijo no rosto, nada de língua na língua, roupa rasgada, mão na bunda e essas coisas. E olha, fazia tempo que um gesto tão puro não me fazia tremer tanto na base.

Dá pra entender?


Repito: Um beijo no rosto. Nenhuma segunda intenção. E tantas possibilidades...









Em tempo: Beijo no Rosto, pelos próprios históricos desse blog, deve ser meu calcanhar de aquiles. Só pode. Só phode.

" Prostituta que fosses...

... Eu te amaria do mesmo modo

Porque o amor como o fogo, purifica o que toca."




Hoje é pra você que eu escrevo, e eu escrevo porque eu sei que você me lê, no amplo sentido da expressão.

É muito bom tê-la na minha vida, e digo vida porque sei muito bem a diferença entre vida e dias. E sei também o quanto é difícil pra gente suportar tanta coisa, tantas pessoas, tantos motivos, e tantos tantos sem perder o tom. É isso. Em um ano e meio a gente foi capaz de criar o nosso próprio tom, um tom inalcançável pela maioria das pessoas que, de alguma forma, fazem parte da nossa história. O que não é estranho, já que nesse tempo a gente se especializou em criar. Criar risadas, expressões, assuntos, barracos, declarações, e o povo sempre lá, esperando a próxima moda da estação.... Eu acredito mesmo que um dia seremos reconhecidas como a maior dupla criadora de confusões e frases de impactos da história tecnológica do mundo.

É lindo, sabe? As pessoas imediatamente nos associam uma a outra, seja qual for o assunto, e isso não se consegue impunemente. E eu tenho o maior orgulho, você nem desconfia.

Claro que não poderiam faltar as pessoas que torcem contra. Porra, a gente sabe. Tanta gente torcendo contra, né, amor? E olha, nem é um filme de romance digno de oscar.

E a gente passou por tudo isso. Foi um ano e meio de tanta gente como a gente ficando pelo meio do caminho, tanta parceria como a nossa sendo desfeita, e a gente continua aí, incomodando pra caralho. Não tanto quanto no tempo em que o mundo era bão, sebastião, mas o suficiente pra garantir gargalhadas dominicais.

Hoje, vendo nosso antigo álbum de fotografias em letras, eu tive a certeza do quanto a gente é melhor juntas, foda-se quem pensa o contrário. Dane-se quem acha que somos muito diferentes, que você não é confiável, que eu sou falsa e que mantemos uma amizade de aparências. "Deixe que diguem que pense que falem". Como diria a legenda do Caio ( não o nosso, aquele que você achou narigudo demais) : "Há tanto carinho..."

E a gente não precisa mais que as pessoas saibam da gente, e mesmo assim, elas sabem. Porque é interessante saber da gente, porque há uma história aqui e histórias escritas em tempo real despertam mesmo o interesse das pessoas. Acho que todo mundo espera um fim, saca? E a gente vai passando por tudo isso cada vez mais seguras, mais fodonas, mais rainhas da bala xiita...

É lógico que nada disso é um mar de rosas, mas eu nunca acreditei mesmo nessa coisa de contos de fada. E eu sei que a gente ainda vai brigar muito, se decepcionar muito, se afastar muito, se ofender muito, mas aí vai ter o Caio, vão ter os segredos maiores do universo, vão ter as vergonhas que passamos juntas, vão ter as preocupações que tivemos uma com a outra, vão ter as risadas escandalosas que demos, e a gente vai segurar a onda. Porque é isso que fazemos de melhor, né? Voltar. A gente sempre volta pra gente. Sabe, pode-se camuflar qualquer coisa, mas não se apaga cumplicidade, e quando as coisas apertam é uma na outra que encontramos força. Sabe aquele lance do Caio de "Tô contigo e não abro"? É, amor, ele escrevia pra gente sim. Juro.

Sei lá, eu tenho tanta coisa pra te dizer, tanta tanta, que eu sei, essa sua cara de pau te faria escrever um comentário do tipo "Eu já sabia, Galvão", então acho bonito preservar algumas histórias que são só nossas. Mas eu queria mesmo era dizer que foi de muito amor a tarde que passamos juntas hoje. Dos textos que eu leio as coisas absurdas que me acontecem no dia-a-dia, é sempre de você que eu lembro. E olha, isso é tanto.

E eu sei, no fim das contas, as coisas mais absurdas e legítimas da minha vidinha sacana, é sempre só com você, é sempre só por você.

Por que? Sei lá,

"Eu te soprei e você não se desfez."


Importa mais o que?



Boa noite, "Fátima".

domingo, setembro 07, 2008

Doces fragmentos

Uma coisa é se equivocar, encher de mensagens com "Acordei e você não estava aqui". Tudo bem, acontece.
Erros. Enganos. Danos. Acontece mesmo, eu entendo.
Uma coisa é sentar num banquinho e fazer promessas que vão se evaporar mais rápido que éter. Realmente está bem, acontece.


Outra coisa é se dizer sincero, falar com o coração que não vai ferir ninguém, e negligenciar o fato de que o coração é "Brutus".

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Tá tudo bem, acontece.











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Mas não deveria.

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( Patrícia Catizani, ex-assassina de ratos e atual minha-escritora-mineira-preferida, em breve num pau da goiaba pertinho de vocês. )

Música pra Ler ( Perdi a Conta)

Telhados De Paris

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Venta
Ali se vê
Onde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outros país
Que me estranha mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
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O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
E de versos certos, corretos
O resto da paixão, reguei
Vai servir pra nós
O doce da loucura é teu, é meu
Pra usar a sós
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Eu tenho os olhos doidos, doidos já ví
Meus olhos doidos, doidos, são doidos por ti




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Música do Nei Lisboa, mas muito muito muito mais gostosa de ouvir na voz de outro gaúcho.

sábado, setembro 06, 2008

Da novela

De século em século, aparece uma cena com diálogos "surpreendentemente" belos nas novelas globais. E, quis o destino que eu, num sábado a noite, sozinha em casa e com dores no corpo, presenciasse uma delas.

Eu não sei qual o nome ou a história dos personagens, mas era entre o Cauã Reymond e Mariana Ximenes:

Ela sentada no meio do mato sozinha e ele aparece do nada e diz que seguiu o cheiro dela, chega bem perto e pergunta o que ela sente quando sente o cheiro, o hálito, a vibração dele. Ela diz, bem desnorteada por sinal, que o lance deles é apenas físico e que ela precisa de mais. E esse mais que ela procura em um homem, ele não pode oferecer a ela.

Ele pega a mão dela e leva até o seu peito e pergunta se ela está sentindo o coração dele. Ela diz que sim, que está batendo muito forte. E ele diz:

- Então, o que um homem pode te oferecer que seja maior que isso?



(Corta a cena e eu volto a achar a globo uma merda)

O Não Romantismo

Cena I: Hora do café com gelo.



Rapaz sentado na mini-cozinha pensando na vida. Moça se aproxima, puxa um banquinho e se senta de frente para o rapaz.

Moça sente dor nos dedos da mão, rapaz pede pra ver a mão da moça. Rapaz se aproxima mais da moça e com as mãos começa a fazer movimentos suaves nos dedos dela.



Cena II: A desavisada.



Eis que entra pela porta da mini-cozinha sem bater, a moça da limpeza. Ao se deparar com a cena do rapaz inclinado segurando a mão da moça, a moça da limpeza imagina estar presenciando um pedido de namoro-noivado-casamento, e se comove. Não por muito tempo, já que ambos, o rapaz e a moça, caem na gargalhada.

A moça da limpeza sai de cena sem entender lhufas, achando bizarro o comportamento daqueles dois.



Cena III: A pior declaração do século.



Ele continua com as mãos no dedo dela, ela diz que aquele cuidado com a dor dela foi a coisa mais linda que ele já fez. Ele responde que faria por qualquer pessoa que estivesse com dor. Eles ficam em silêncio. Ela diz que só queria que ele gostasse dela como ela gosta dele. Novamente, silêncio. E ela, percebendo o constrangimento, tenta consertar, soltando a mão e dizendo:



- Assim, quando eu disse gostar, não disse gostar do jeito que uma mulher gosta de um homem, eu quis dizer que é a sua personalidade que me agrada, sabe? É isso, eu gosto muito da sua personalidade.

- Eu também gosto muito da sua personalidade.



Ambos caem na gargalhada mais uma vez, ao perceberem, no mesmo instante, que é muito mais fácil dizer que se gosta da personalidade de alguém ( mesmo sendo algo ridículo de se ouvir) do que dizer apenas que se gosta de alguém, sabendo que no fim das contas, é o verbo que importa.



Gran finale

Eles voltam pro trabalho, com a sensação de que algumas pessoas não nasceram pro romantismo, e que isso, bem, isso não faz a menor diferença.