domingo, maio 30, 2010

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade.
Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.
Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima.
Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho quase sem salário e não entendo muito de economizar. Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho. Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas mascaro minha fé no deus do otimismo. Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido.
Bebo pouco porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem fechando todo o braço direito.
Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa perfumes doces, cremes importados e tem um brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.
Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu não reajo.



Juro que não sei o autor, mas quero que seja meu pra dar de presente pro cara que tem me feito mais mulher todos os dias.
Oi,


Eu resolvi (parcialmente)o meu problema de saúde. Correu tudo bem na círurgia do meu pai. Estou conseguindo conseguindo controlar as minhas dívidas. Tô aprendendo a me virar sozinha com as tarefas domésticas. E estou cada vez mais amorzinho com meu gato. Parece que o mundo resolveu me dar uma trégua. Só a saudade e os momentos de tristeza que não cedem, mas não adianta mais reclamar, já entendi que nem que o mundo acabasse em fogo, daria jeito nesse espaço vazio que ficou na minha alma. É preciso reaprender a viver sem um pedaço. Não há outra saída. Infelizmente.

domingo, maio 09, 2010

Meu namorado passou numa prova lá, super difícil, que o torna especialista em um outro troço lá que eu não entendo bem. Alguma coisa relacionada com tecnologia e tal. O que eu sei mesmo é que ele estudou pra caralho e que eu tô super orgulhosa dele. Na real, eu sempre tenho muito orgulho dele, principalmente quando ele fica puto com as minhas manias ou discorda das minhas opiniões. Pois é, eu sempre odiei homem que diz "amém" pra mim, e ele é a medida certa de me paparicar e ser firme com os meus defeitos. Eu nunca disse isso pra ele, mas é um puta conforto saber que tenho alguém ao meu lado que me ama, mas acima de tudo, tem as suas opiniões próprias sobre o sentido desse amor.