terça-feira, julho 26, 2011

Pessoas, eu preciso postar isso,

Meus pés são a parte de mim que mais tenho vergonha e foi justamente por ali que você começou a fazer amor comigo. Como se iniciar pelo meu pior fosse um jeito de dizer que me aceitava, que me queria de qualquer jeito. Você disse que eu tinha uns pés lindos, mas lindo mesmo fica você quando mente pra mim.


Gabito Nunes.

segunda-feira, julho 25, 2011

Amor,

E eu amo tanto.

Amo acordar na segunda lembrando que falta apenas 5 dias para nos vermos novamente. Justo eu, que passo mal ao andar de trem, amo passar duas horas no vagão porque eu sei que você vai estar me esperando na porta da estação Conceição. Amo quando você acorda mal humorado depois de dormir a tarde toda pra logo em seguida me encher de carinho e pedido de desculpa por ter sido grosso comigo. Amo quando eu lembro que nos conhecemos quando estavamos no mesmo bar torcendo contra o São Paulo. Amo quando você, pouquissimas vezes, fecha a cara por ciúmes. Amo quando escolhemos juntos a expressão do dia de tanto repetí-la sem perceber. Amo quando lançamos jargões e soltamos piadas internas que ninguém entende além de nós. Amo quando só você acompanha o meu raciocínio debochado e irônico. Amo quando você faz carinho no Hugo mesmo tendo alergia a cachorros de pelo curto. Amo quando você fica todo orgulhoso porque seus pais me elogiaram. Amo quando eu tenho uma crise de riso diante da sua irritação e você acaba caindo na gargalhada também. Amo quando nos metemos em programas furados e mesmo assim nos divertimos um com o outro. Amo te contar trechos dos escritores que eu gosto só pra você achar bacana também. Amo que todas as músicas do meu celular tenham sido escolhidas por você e que todas elas me lembrem você. Amo quando você me acalma e me dá forças pra correr atrás de uma vida menos estressante. Amo quando você diz que não pode ficar na minha casa a semana inteira, mas pede pra eu ter paciência que nosso apartamento já está quase pronto. Amo quando você quer me dar presentes que eu não posso aceitar porque sou uma mulher "independente e compreensiva". Amo como você consegue ser a minha melhor-amiga-confidente-e-companheira e ainda assim, me dar tesão. Amo como você se tornou uma pessoa melhor depois que me conheceu. Amo como eu me tornei uma pessoa melhor depois que te conheci. Amo o quanto amadurecemos juntos depois que nos conhecemos. Amo escrever sobre você. Repetidas vezes, como eu te amo, porque eu te amo, o quanto te amo. Amo que 80% do meu blog seja dedicado a você. Amo pensar que quando eu estiver velhinha vou reler os arquivos desse blog e lembrar do tanto que eu usei as palavras amor e você nos mesmos textos e que o tempo não as desgastou, mesmo depois de tanto uso. Pelo contrário, quanto mais "eu te amo" escrito, mais o amor se fortalecia. Amo lembrar do que eu amo em você e do que eu ainda vou amar em nós nos próximos 70 anos.

E eu amo tanto.


Eu queria escrever algo sobre como a vida nos prega peças o tempo inteiro. Dizer que não adianta fazer planos, a vida, sem a menor piedade, chega com a delicadeza de um rinoceronte e atropela todos os nossos passos a caminho de alguma coisa que levamos tempo pra decidir fazer.

É isso, quase sempre nos falta tempo e força pra realizarmos nossos sonhos no escuro. Pagando pra ver. Tempo pra errar e consertar. Força pra consertar e saber que se pode errar novamente, a qualquer momento. E recomeçar. Recomeço deveria ser a palavra chave de todas as histórias.

O que é a nossa vida senão um eterno recomeço? Todas as manhãs mudam-se os primas, mudam-se os sonhos, mudam-se as vontades, mudam-se os planos, mudam-se os meios.

Guimarães Rosa já dizia que o que a vida quer da gente é coragem. Coragem pra enfrentar aquelas horas em que estamos no último lance da escada e um piano parece cair sobre nossas cabeças e não nos mata. Coragem pra enfrentar as mudanças de caminho quando estamos a uma curva do destino final e vemos a placa de estrada interditada. Coragem pra entender que o que não pode ser mudado precisa de nada além do que a nossa estranha mania de acreditar que há outras formas de se fazer a mesma coisa. E que o que não está no script tem muita possibilidade de dar certo. Afinal, a vida pode ser tudo, até bem sacana, como eu acho que ela é, só não é uma peça de teatro com roteiro pré-fabricado e direito a ensaios diários pra estrear com perfeição.

Aprendi na marra a desviar dos meteoros semperder a visão do sol.

sexta-feira, julho 22, 2011
















É, parece que chegou o dia que eu nunca imaginei que chegaria. O de fechar, delicadamente, a porta do quarto que me trouxe tantas alegrias e muitas decepções ao longo desses anos.

Lá dentro eu me diverti a beça, mas também chorei pra cacete. Me emputeci quase todos os dias e me senti aliviada outras tantas vezes. Aprendi, ensinei, ajudei, fui ajudada, compreendi, fui compreendida e me transformei numa pessoa melhor.

O saldo final de toda essa jornada foi mais que positivo. Observando e sendo observada, descobri que fazer um bom trabalho é quase o oposto de entregar quem não tem o mesmo ritmo que você. Que vestir a camisa da empresa, definitivamente, não é tentar ferrar quem não segue a mesma linha de pensamento que os outros. Que ser leal com as pessoas que trabalham com você não é passar a mão na cabeça delas o tempo todo. Que pra ganhar um cargo na empresa não é necessário pisar na cabeça de ninguém. E que pra conquistar a confiança dos chefes é preciso, antes de mais nada, conquistar a confiança de quem trabalha ao seu lado.

É isso. Eu devo muito da pessoa que hoje eu sou a todas as outras pessoas que passaram pela empresa. E não falo só profissionalmente. Fiz amigos que vou levar pra vida inteira. Aprendi a ser mais forte. Mais paciente. Mais tolerante. Mais maleável. A ter mais jogo de cintura. E principalmente, a dar mais valor e ter mais orgulho do caráter e educação que eu aprendi com os meus pais.

Saio de lá sendo abraçada pelas pessoas que continuam ali. Só por isso, tantos anos de entrega já valeriam a pena.

Vou sentir saudades dos meus quinze cafés diários...

quarta-feira, julho 20, 2011

Vai ser bem ruim acordar e não encontrar a Jans tomando café na mini cozinha da empresa. Não tentar enforcar a Ana todos os dias. Não apertar os peitos da Jacke todas as noites. Não discutir com o Ted todas as tardes. Não ter crise de riso com a Pri nas horas mais impróprias. Não bater boca com a Fe por causa do facebook. Não fofocar com a Pri-2 depois das 18:00. Não ouvir a Carla reclamando do tanto de açucar e manteiga que eu como. Não ouvir as risadas escandalosas da Géssica. Não ouvir os toc tocs da Aline a tarde toda. Não ficar fazendo charminho pro Danilo todas as quintas. Não fingir que eu odeio o Fabricio todas as segundas e quartas. Não almoçar com a Jade e brigar com elas todos os dia porque ela não come. Não ficar puta a cada meia hora do dia e não dizer que eu estou puta a cada meia hora do dia... Nem parece, mas vai ser bem ruim, bem ruim mesmo.

domingo, julho 17, 2011




Eu ando esgotada esses dias. Correndo atrás de um monte de coisas pra mudar de rumo. Logo eu, quem diria, que tem pavor de mudanças. Deixar pra trás quase uma década de tudo sempre do mesmo jeito não é fácil. Os mesmos horários, as mesmas pessoas, os mesmos relatórios, os mesmos problemas e as mesmas soluções. Não saber como será a sua vida daqui pra frente é bem assustador, mesmo que se ouça de todos os lados que será bem melhor. Não é só a mudança de trabalho que me deixa aflita. O apartamento ficando pronto. O "casamento" chegando. O meu pai ficando cada dia mais dependente de mim. E uma porrada de dúvidas de como eu vou segurar toda essa vida nova sem pirar ou estragar qualquer coisa bonita que eu já tenha construído. E no meio de tudo isso é só abraço dele que me acalma. O do começo. O que não muda. O que vai ser pra sempre o melhor lugar do mundo. Certeza.