domingo, julho 13, 2008

Lixo ou luxo musical?

Que me desculpem os palhaços de plantão, mas música é coisa séria.


Eu sempre pensei que, assim como educação, a música tem papel fundamental na formação da personalidade de um ser humano.

Olho para as décadas passadas enquanto ouço da janela do meu vizinho de 8 anos um som estranho, alguma coisa como "tem que ter disposição..creuw" e fico me perguntando: - Que porra de adultos essas crianças vão se tornar?

Não, eu não estou sendo dramática, exagerada e pessimista, mas o que esperar de uma pessoa que acha Calipso o supra sumo da qualidade musical?
Por quais causas essa pessoa vai lutar? Que competência ela terá pra decidir o que é bom pro teu bairro, pra tua cidade, pro teu país? Que valor terá a palavra "criatividade" na vida dessas pessoas?

Eu não sou preconceituosa, talvez "pós-conceituosa", mas existe um abismo cultural gigante entre as pessoas que ouvem funk pornográfico e os que ouvem bossa-nova, rock, e até o velho samba de raíz. A conversa é diferente, o pensamento é diferente, a lógica é diferente. Eles não se contentam com pouco, eles exigem, eles pensam, eles refletem, eles criam, eles sabem que m aparece sempre antes de p e b.

Talvez seja o inverso, e gostar de boa música seja apenas a consequência.
Talvez seja falta de oportunidade.
Talvez seja as más influências.
Talvez seja genética (um dia a ciência explica por mim) o fator determinante pra essa aberração chamada "explosão da música do povão".


Mas por via das dúvidas, mandarei uma carta ao congresso pedindo mudanças na constituição:
"Todo cidadão tem direito a educação, alimentação, saúde e um CD do Tom Jobim."

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