sábado, dezembro 25, 2010







Não me lembro mais qual foi nosso começo.
Sei que não começamos pelo começo.
Já era amor antes de ser.


(Clarice Lispector)

Bingo!
Não foi à toa que Adélia Prado disse que "erótica é a alma". Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"


Rubem Alves
“O que eu tenho nesse instante, é um sabor inédito de beijo a cada beijo, um número de celular indispensável na minha agenda, uma cor de olhos que não sei definir com precisão, um corpo que se encaixa perfeitamente ao meu e uma conversa que me mantém fascinada.”



Martha Medeiros (Ternamente adaptado)

sexta-feira, dezembro 24, 2010








Ela ainda era nova, embora já tivesse passado por uma vida de experiências inimagináveis. Não gostava do que a maioria de seus amigos gostavam, um pouco anti social, gostava mesmo era de não se amarrar a nada nem a ninguém. Alguns muitos a julgavam prepotente, quem a conhecia bem sabia que aquele jeito nada mais era do que o seu jeito de se defender das efusividades do mundo. Era a rainha da internet, até amigos de verdade ela fez por lá. Gostava de lugares sujos e de futebol. Tinha os cabelos curtos, tatuagem e ouvia Beatles.
Não era bem o que podemos chamar de "princesinha", mas tinha um quê de "realeza", típico daquelas mulheres que sabem a hora certa de falar a coisa certa sem perder a dignidade ou abandonar os seus princípios. Tinha aprendido na dor a sobreviver num universo dos influenciáveis.

Ele não era velho, embora já tivesse passado da fase do namorinho no portão. Gostava de ir a bares sozinho, gostava mesmo é de não ter concorrência na hora de paquerar a mulherada. Era de uma família tradicional, típico burguês visto por alto, o cara que, por ter tudo na mão, não precisava se esforçar muito pra conquistar algo, e na primeira dificuldade desistia. Mas quem o conhecia bem sabia que nas suas veias corria o sangue daqueles que olham para o próximo com a mesma ternura dos que olham para o próprio umbigo. Era o rei da tecnologia, até grana pra sustentar uma casa ele conseguiu por lá. Gostava de lugares sujos e de futebol. Tinha os cabelos curtos, tatuagem e ouvia Beatles.
Não era bem o que podemos de chamar de "princípe", mas tinha um quê de "realeza", típico daqueles homens que sabem a hora certa de falar a coisa certa sem perder a dignidade ou abandonar os seus princípios. Tinha aprendido na dor a sobreviver num universo dos influenciáveis.


Sem encontraram por acaso, se reconheceram de imediato e contrariando a máxima de que os opostos se atraem, vivem cada vez mais unidos. Dividindo os mesmos amigos, as mesmas lutas, os mesmos planos e a mesma crença num futuro que começou no dia em que ela foi um pouco menos "prepotente" e ele um pouco mais "persistente".
O ano tá acabando e pela primeira vez em muito tempo, sem nenhuma retrospectiva. Literalmente, 2010 é um ano pra ser apagado da minha memória. Que ele vá embora e leve junto toda a dor, cansaço e tristeza que me esteve presente nos meus dias nesses últimos doze meses. Só me resta agradecer o carinho e cuidado de algumas pessoas que me trouxeram um risinho de canto nesse ano de merda.

Aos amigos de longe que se fizeram perto, Paulo, André, Paty, Paula, Geison, Peter.

Aos amigos de perto que se fizeram junto, Rodrigo, Talita, Jacke, Jans, Érika, Ted, Dan, Pri e Pri, Fer.

E ao amigo, que me carregou no colo todo esse tempo, e que por, adorável, coincidência, é também o homem da minha vida. Airtinho do Amor.

Sem vocês, mais uma vez, eu não teria coragem de continuar.

É isso.

Que 2011 venha com muito sol.

domingo, dezembro 12, 2010






Como eu passei quase uma semana sem internet não consegui postar nada de bonitinho pra comemorar o aniversário da Jackeline-Bolinável-Onassis. Uma das pessoas que eu mais gosto e confio hoje. Baladeira, periguete, escalafobética, carnavalesca e boazinha, ou seja, tudo o que eu não busco em uma amiga. Mas enfim, ela veio e ficou e como dizem por aí, só o amor salva, amém.

É preciso sentir muita paixão pra ter que escolher entre passar a noite ouvindo sertanejo universitário ou pagode. Eu descobri que eu sinto.


Fazendo coro com Exalta "Eu me apaixonei pela pessoa errada... lalalala"


Parabéns, bolinávelzinha da tia Fe. Um dia a gente te sequestra e te adota de verdade.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

E tá tudo tão desesperador, tão cansativo, tão melancólico, que só você me faz lembrar que ainda existe muitas alegrias pra me distrair. Você vem e me salva das sacanagens do destino. Sim, você passa a perna no meu destino e me rouba um sorriso que não estava previsto. E isso vem acontecendo todos os dias, desde o bendito dia em que você entrou, sem querer, na minha vida.





(2)

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Depois de tanta coisa, estamos a uma linha de completarmos mais um ano juntos. A sociedade diz que é uma data festiva para os casais, que deve ser comemorada de forma especial, aniversário de namoro é quase um natal exclusivo, meu amor. Eu acho mega engraçado essa imposição do mundo. Talvez porque eu te ame todos os dias com a mesma intensidade. Talvez porque eu ame lembrar de como a sua testa franziu quando os nossos olhos se cruzaram pela primeira vez. Talvez porque eu ame a forma como eu descobri que você realmente estava interessado em mim. Talvez porque eu ame o seu abraço apertado, aquele mesmo que você me deu no nosso segundo encontro. É, pode ser por tudo isso. Pode ser também por eu amar a nossa primeira semana como eu amo a nossa semana passada. Não cabem definições aqui, mas me encanta o fato de lembrar o quanto nos cuidamos todos esses dias, o quanto nos apaixonamos de uma forma nova todos esses dias, o quanto nos orgulhamos por uma atitude de caráter todos esses dias. Um gesto, um pequeno gesto e a gente tem a estranha sensação de que uma vida é pouco pra toda o respeito e amizade que sentimos um pelo outro.
Respeito, amor. Respeito e amizade. Do tipo que não se constrói nem em uma década.

Será que ainda existe alguém que nos conheça e que seja capaz de afirmar que não comemoramos o nosso "estar juntos" todos os segundos do nosso relacionamento?

"Lhe" amo.