segunda-feira, março 30, 2009

Sim, Caetano Veloso é um ser confuso. Ou não.

Mas na real, ele foi senhor do universo quando escreveu essa música. E que venham 10, 20, 100 músicas que encantem o mundo, eu já tenho a minha mais-mais do amorzinho.

Pra declamar no momento que precede o "sim".

Mar sob o céu, cidade na luz, mundo meu, canção que eu compus, mudou tudo, agora é você. A minha voz que era da amplidão, do universo, da multidão, hoje canta só por você.
Minha mulher, meu amor, meu lugar, antes de você chegar era tudo saudade. Meu canto mudo no ar faz do seu nome hoje o céu da cidade.
Lua no mar, estrelas no chão aos seus pés, entre as suas mãos, tudo quer alcançar você. Levanta o sol do meu coração, já não vivo, nem morro em vão, sou mais eu, porque sou você.
Minha mulher, meu amor, meu lugar, antes de você chegar era tudo saudade. Meu canto mudo no ar fz do seu nome hoje o céu da cidade.
Lua no mar, estrelas no chão aos seus pés, entre as suas mãos, tudo quer alcançar você. Levanta o sol do meu coração, já não vivo, nem morro em vão, sou mais eu, porque sou você.



E olha, juro que eu não choro com qualquer primeiro acorde de melodia.
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado...



E agora, seu Beto Guedes, eu faço o que?



Fodeu.

segunda-feira, março 23, 2009

Fim de semana atípico.

Madrugada de sexta feira em casa, em frente ao computador. Um papo-virtual-gostoso com um grande amigo de longe, bem longe, e de pouco tempo pra papos-virtuais-gostosos. Descobertas, risadas, confissões e carinho. Bastante carinho. Vontade de beber a merda do oceano pra ver se a distância diminui. Beijo, André.

Manhã de sábado presa em reunião da empresa. Fui pronta pra ser fuzilidada e, incrivelmente, fui uma das poucas a sair sem ferimentos. O mundo coorporativo é estranho, não? Beijo, Pri.

Noite de sábado na casa do meu namorado. Festa de aniverário do meu sogro (nunca imaginei usar esse grau de parentesco logo após o pronome possessivo "meu") Conheci a família inteira, e demorei quase meia hora pra conseguir começar a respirar. Puta merda! Eu tinho esquecido qual era a única coisa do mundo que me deixava mais tímida que uma pata em apresentação da "Dança do Cisne". Eu ainda tô assimilando que agora fodeu de vez. Meu relacionamento não é mais um caso de verão. E o que é pior, foi lindo perder meu medo de namorinho de portão. Família Linda, toda linda. Beijo, Seu Airton, Dona Terezinha, Dona Nena, Seu Simão, Seu Orestes, Dona Terezinha(2), Simone, Fabiano, Paty, Gabriel e Pitica.

Manhã de domingo em casa. Feijoada. Meu namorado e meu cunhado na sala com meu pai conversando sobre futebol enquanto minha mãe, minha irmã e eu arrumavamos a cozinha. Sim, é absurdamente atípico, exatamente por ser normal pra maioria das pessoas. "Quem diria, hein?" , ironizariam meus amigos mais próximos se vissem essa cena. Beijo, pai e mãe.

Noite de domingo com cervejada no Tatuapé. Bons amigos assistindo o jogo do corinthians. Não deu pra ser no "nosso bar", amor. Era só o que nos faltava, "nosso bar" é bar de bambi, amor. Agora sim, podemos dizer que foi uma puta mão do acaso o nosso encontro.
Abracei a Paula depois de mais de dois anos com um certo receio desse abraço, e puta merda, como eu dei risada com essa mulher. Fui embora com a sensação de que esse abraço deveria ter rolado antes. Coisa gostosa de sentir. Beijo, Tata, Ro e Paula

É, pois é, vida real é isso aí, minha gente. Uma caixinha de música com todos os ritmos tocando ao mesmo tempo. Não dou, não empresto e não vendo.

E eu tô cada dia achando o mundo mais batucado e muito mais colorido. Beijo na boca, meu amor

domingo, março 15, 2009






Parecia o fim.

Quando Ronaldo tombou, naquele 13 de fevereiro, com as mãos no joelho e lágrima nos olhos, o mundo vaticinou que ele não mais voltaria. Na época com 31 anos, depois de dezenas de lesões, outras cirurgias delicadas e muitos quilos e polêmicas a mais, o Fenômeno precisava se reerguer do mais duro golpe de sua vida. A carreira estava em risco. O futuro era incerto. A desconfiança era total.

Menos de oito meses depois, Ronaldo acorda do pesadelo.

Levanta-se do drama aclamado pela torcida mais apaixonada do país. Não poderia estar em melhores braços.

Ronaldo, roxo de vontade. O Corinthians, roxo de alegria. O futebol, roxo de felicidade.

O Fenômeno, fiel à sina de desmentir o impossível. O Timão, fiel a quem se perfila como guerreiro. O destino, fiel a quem luta e persevera. Ronaldo é da Fiel.

Do calvário aos céus. Da aposentadoria forçada à esperança concretizada de, mais uma vez, provar ao planeta que ele é um predestinado. Cicatrizado. Recuperado. Refeito. De corpo e alma.

De repente, não mais que de repente, parece que Ronaldo foi feito para o Corinthians. Do preto e branco, nasce o cinza. Das cinzas, renasce o Fenômeno.

Em 2008, o Alvinegro e o artilheiro viveram um ano para se esquecer. Na temporada mais inglória de sua vasta história, o Corinthians, afundado na Segundona, emergiu. Voltou para ser Timão. Na reabilitação mais árdua de sua brilhante carreira, Ronaldo, ladeado pela descrença geral, resistiu. Voltou para ser Fenômeno.

A tempestade passou. Certa de que a bonança virá. Representada pela sincera alegria de um jovem talento encantado com a chegada do novo parceiro. Dentinho e Dentão. Sorriso completo.

Diz a Fiel que aqui tem um bando de louco. Diz Ronaldo que ele é mais um louco chegando. Diz a crítica que louco é quem aposta num jogador esfacelado.

Eu discordo de todos.

Louco mesmo é quem duvida de Fenômenos.




Por Wagner Sarmento.




Pra Talita, por ter me mostrado a crônica e por ser a corintiana mais corintiana que eu conheço.
Pra Paty, por que há voltas por cima que a mídia não noticia.

sábado, março 07, 2009

Nós, seres humanos, somos um povo acostumado a viver sob ditaduras, sejam elas veladas ou explícitas. Ditaduras políticas, econômicas, sociais, culturais por mais absurdas que sejam são até "toleráveis", já que, algo enraizado nos costumes da civilização por séculos não se consegue eliminar de uma hora pra outra. O problema é que, se já não bastasse tantos não podem, não devem, é feio, é ilegal atormentando a nossa cabeça, temos agora o fantasma da ditadura estética atormentando nossos pneuzinhos, tão charmosamente aceitáveis anos atrás.
A moda é ser magra, quer dizer, a moda é ser doenticamente magra. E ai de quem ousar a enfrentar, de peito aberto, esse padrão. Estará sujeito a ser mais ridicularizado e penalizado do que foram nossos estudantes anarquistas na época dos militares.

O problema é que, dessa vez, a luta não é contra inimigos de carne osso, a luta é contra o espelho, a calça jeans tamanho 36, o biquininho cavado e todos esses objetos inanimados que parecem mais cruéis que terroristas mulçumanos com armas nucleares nas mãos.

Pode parecer bobagem dito nesse tom, mas a verdade é que há alguns anos esse culto a magreza parou de ser cômico pra se tornar trágico. E não há nenhuma arma poderosa ou estratégia de ataque que tenha se mostrado capaz de destruir esse novo padrão de ditadura.

Centenas de mulheres ricas e poderosas aparecem, por ano, na mídia exibindo seus 30 e poucos quilos como se fosse uma espécie de troféu por conseguirem se encaixar no tão sonhado padrão, ao mesmo tempo em que, centenas de mulheres nem tão ricas e nem tão poderosas morrem, por ano, exibindo seus 30 e poucos quilos como se fosse uma espécie de troféu por conseguirem se encaixar no padrão, mesmo que para isso tenham também, que se encaixar no caixão.

É lamentável ver mulheres saudáveis, bonitas, inteligentes, com uma vida de oportunidades inteira pela frente, sucumbir a idéia de que a felicidade esteja diretamente relacionado ao IMC abaixo dos 20. E o mais lamentável é perceber que a sociedade em que vivemos apóia e bate palma pra tamanha idiotice, como se a capacidade de uma mulher fosse medida pela numeração de sua calça jeans. Ah sim, há algo ainda mais lamentável. Lembrar que essa mesma sociedade é formada por duas fatias do bolo (com o perdão do pleonasmo). A primeira é formada por pessoas que abraçam essa ditadura do alface, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde física, e a segunda, formada por pessoas que passam a vida tentando e não conseguem se encaixar no padrão estético ISO 2000, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde mental.

Já está mais do que na hora das pessoas se livrarem do peso (opa, outro pleonasmo) de refeições servidas em pratos de culpa regadas ao molho de paranóia. Comer saudavelmente não é sinônimo de passar fome. E ossos saltados não significam beleza absoluta.

Ou isso, ou seremos obrigadas a tomar uma medida drástica. Saíremos as ruas com nossas barriguinhas, pneuzinhos e culotezinhos pintados de verde e amarelo clamando pelo direito de continuarmos sendo apenas o país da bunda grande.

Lembram dos caras pintadas? Pois é, quem sabe...
Era início de verão, ou fim de primavera, tudo sempre depende do ponto de vista.

Prefiro optar pelo início de verão porque sempre me senti atraída por começos. Era um dia sem sol e sem chuva, mas nem por isso sem charme. Se viram pela primeira vez sem a proteção dos céus e a poesia do vento, num ambiente, digamos, tumultuado. Ninguém precisa de proteção dos deuses quando se tem vontade, pensaram quase instantaneamente.

Teve um abraço, um abraço esperado há alguns meses. Um abraço de quem já se conhecia mesmo sem se conhecer e um encantamento que só as expectativas trazem.

Conversaram com palavras, toques, cheiros e gostos, quase como uma urgência da alma. Era importante que fosse assim.. Era preciso.

Não tiveram tempo de pensar no que havia sido antes, nem no que haveria de ser depois, não quiseram pensar, não conseguiram. Algo daquele momento os preenchia de uma forma que não deixava espaço pra nenhum outro pensamento, senão estar ali, à sorte do que estavam arriscando viver.

Era certo que naquele momento existia sintonia, que existia carinho, que existia tesão. Assim como era certo que não existiam planos pra depois daquele encontro. E era exatamente essa certeza que os fazia tão vivos e intensos naquele instante. Tenho pra mim que todos os encontros, todos os gestos, todas as ações, deveriam ser assim, concentradas no tempo exato em que acontecem.

Caio Fernando adora usar a expressão “Estou te querendo muito bem neste momento”, e acho, de verdade, que é o único jeito de se viver por inteiro uma situação. Neste momento é quase uma declaração de entrega sem cobranças. É quase a tão sonhada liberdade da ausência de esperança assustada e insegura pelo que virá depois.

E foi assim que aquele verão começou para os dois. Sabiam que não seria o início de uma história de amor, mas a verdade é que não pensavam em saber o que seria. Não se importavam em dar nomes ou condições ao que estavam vivendo. E viveram. Intensamente viveram.

Sempre vi o outono como a estação mais poética de todas. Aquela das mãos dadas, dos ventos que levam e trazem momentos com a suavidade de um beijo na testa. Em contrapartida, nunca me interessei muito pela magia do verão. O sol escaldante e as pessoas assumidamente mais nuas e mais falsamente dispostas. Mas aquele início de verão foi diferente, veio com um gosto de outono, um gosto de ninguém precisa parecer absurdamente feliz pra estar absurdamente feliz. Gosto de pensar que algumas coisas acontecem, marcam e ficam sempre guardadas. Assim como o cheiro do outono dando bom dia em pleno verão. Mesmo com todo o calor insuportável das praias é impossível não pensar na dança das folhas saltando em algum gramado de sombra convidativa.
Viver assim, neste momento, talvez signifique nunca ter um raio de sol guardada dentro de uma caixinha na cabeceira da cama, mas quem já dormiu sob a luz da lua e o barulho do vento acariciando o rosto aprende a fazer seu próprio calor, mesmo cercado de neve.







Pra Paty. Ela sabe.

quarta-feira, março 04, 2009

Eu sempre escrevi sobre você, sobre nós, sobre o nosso relacionamento, mas hoje, depois de tanto carinho e palavras doces, resolvi escrever pra você. De mim pra você.

Escrever de como eu me sinto segura ao teu lado, mesmo cheia de dúvidas sobre nós dois, das vezes em que eu sei que me sentiria protegida, mesmo atravessando um tiroteio se você estivesse segurando a minha mão. E não falo daquela segurança que me impede de sentir ciúmes, que faz com que eu me sinta tranquila em relação a qualquer mulher gostosa e interessante que cruze o teu caminho. É uma segurança de corpo presente, uma segurança de mulher que coloca teus medos, teus caminhos, e se coloca nos braços de um homem. Uma sentimento de estar indefesa por querer, e ainda assim, em nenhum momento sentir-se desprotegida. Uma espécie de fragilidade bem no centro de uma força absurda que eu só encontro no teu abraço. O mesmo abraço que eu duvidei que me faria amolecer as pernas assim que nos conhecemos. Os mesmos braços que me deixaram sem chão dentro do carro no nosso segundo encontro e que, mesmo me causando um medo absurdo, não me fez recuar.
Um não-sei-bem-o-que-é que foi crescendo a cada conversa sintonizada, a cada beijo roubado, a cada intimidade descoberta, a cada passo no escuro e a cada carinho inesperado e desejado. A cada tudo que eu não esperava que fosse e era, ao teu lado sempre era. E, ainda assim, todo o fim de semana eu esperava o momento de te dizer que não dava mais, que não tava legal, que era bobagem, e todas as vezes eu ia embora com mais certeza de que dava, que tava legal, que não era só mais uma bobagem. Eu não queria me render, lutei, lutei pra cacete contra esse sentimento novo. Aquela coisa de bem-me-quer-mal-me-quer e você ali, sempre me bem-querendo enquanto eu tentava te ferir com meus espinhos. E você, com sua paciência que só existe dentro da certeza do que se sente, finalmente me fez querer ser bem-querida.
Faz três meses que eu me pergunto onde eu baixei a guarda. Três meses tentando descobrir o que me prende tanto a você, porque o nosso envolvimento é tão natural, tão simples, tão verdadeiro, que eu sempre me pego pensando o que você tem que ninguém mais tem, que me faz ser tão eu com você sem nenhum furacão separando nossos verbos. Três meses, que seria pouco tempo, não fosse a profundidade que atingimos nesse período.
E eu, que sempre gritei por aí, que só sabia viver bem no meio das tempestades, dos terremotos e do caos, me sinto, pela primeira vez, feliz com o azul de paz que embala nossa relação. E, incrivelmente, a rotina, que sempre foi o meu monstro do armário, passou a ser só mais uma coisa gostosa que eu posso partilhar com alguém que tá me ensinando pra caralho sobre rosas com pétalas grifadas de bem-me-quer-bem-te-quero.

segunda-feira, março 02, 2009

Acredito na moça-do-sonho-que-a-gente-sopra-e-não-se-desfaz ou num-deserto-de-almas-também-desertas-almas-especiais-se-reconhecem-de-imediato ou ainda em prostituta-que-fosses-eu-te-amaria-do-mesmo-modo-pois-o-amor-como-o-fogo-purifica-o-que-toca. No começo esbarrei-me com uma mulher geniosa, agora divido-me com uma menina doce. Compartilhar sorrisos, calos nos pés e na mente, cantarolar músicas e palavras lindas são coisas incansáveis quando estou com ela. Vamos viver as coloridices e descoloridices da vida. Caminhemos em passos e descompassos pelas retas e tortas. Vem comigo! Seremos dois grandes nomes da humanidade que não serviram pra porra nenhuma mas que souberam se amar pra caralho.




Recebi ontem da minha Paty.

Se não fosse pra mim eu morreria de inveja. Juro.









Mentira, mesmo sendo pra mim, eu morro de inveja. Desde quando essa puta-sagrada escreve melhor do que eu?

domingo, março 01, 2009




Sim, eu sou retardatária.




Depois de uma longa semana trabalhando feito a única puta presente num mosteiro de freis tarados, só agora tive tempo de escrever sobre o carnaval em BH.


Viagem cansativa, BH parecia mais longe que a casa do caralho onde Judas perdeu as meias, juro que teve uma hora, no meio de um congestionamento lá pros lados de Extrema, que eu pedi pelo amor de deos para voltarmos pra São Paulo. Pedido não atendido, amém.

Marcamos de encontrar a Paty em frente ao Mineirão, exatamente no horário do jogo do Atlético Mineiro. Péssima hora e lugar? Nenhuma novidade pra quem me conhece.


De toda a forma foi uma viagem linda, mesmo com a minha cólica, com a falta do meu milk shake de ovomaltine, com o calor filho da puta de 40 graus, com o ataque dos catchups alienígenas, com o bundalelê no estacionamento do shopping, com a visita a feirinha de artesanato brás-iniana de Minas, com a crise de alergia-gripe-amidalite do meu namorado, foi uma viagem linda. Foi o não-fazer-nada-de-extraordinário mais gostoso da minha vida.


Fim de semana de matar saudades da Paty, de ter a certeza do quanto tudo aquilo de sempre é amor-amor, de conhecer a família da menina-mulher mais importante da minha vida, de me encantar com as gêmulas, de saber, enfim, de quem a Paty puxou tanto sacadismo e gracesa, de resolver velhas rugas e de descobrir que qualquer lugar fica mais gostoso quando você tem um namorado que te leva pra passar um fim de semana fofocando ao lado de tuas amigas sem reclamar, e pra completar, que ainda te serve cerveja praticamente a conta-gotas, só porque sabe que você detesta espuma.


Ouvi dizer que é perigoso eu ficar fazendo muita propaganda. Ouvi dizer que ele é areia demais pro meu caminhãozinho sério e sem graça. Ouvi dizer que se eu deixá-lo escapar posso aposentar a minha carteira de trabalho matrimonial.


Mas o que ninguém disse é que eu também ouvi dizer "eu te amo", mesmo com quatro dias de carnaval cheios de provas de amor traduzidas em companheirismo, amizade e cuidado. E foi, exatamente, nessa hora, em que ele não precisava me dizer-fazer-provar mais nada, que ele me fez descobrir porque nesses últimos três meses, sinto como se eu tivesse engolido uma bateria de escola de samba e digerido-a no peito.




E contrariando Los Hermanos,




Não, nem todo o carnaval tem seu fim.