quarta-feira, abril 21, 2010

Me perdoa, Regis, mas eu vou trocar o parentesco do seu texto e usar minha pequena-licença-poética-particular. É necessário.

Ela sempre esteve lá. Havia partido algum tempo antes, mas apesar da longa viagem que resolveu fazer, sempre permaneceu ali perto.
De todas aquelas situações em que deveria, estava lá sentada, olhando com aquele meio-sorriso e as fortes rugas de expressão no rosto.
Quando a primeira vez, fui correndo contar, com aquele brilho no olhar de adolescente descobrindo o mundo. No primeiro cigarro, mesmo com um certo descontentamento, surgia do meio da fumaça azulada (como poderia reprimir, sende ela mesmo uma habitante daquele mundo-que-se esvai?)uma expressão de sangue dividido. Aquelas madrugadas insônia, quando as páginas decoravam os olhos, estava lá com aquele olhar severo e suas frases peculiares de "resmungação". Quando a dança das palavras deu resultado e os cabelos viraram farra no chão, deu aquele abraço firme. E todas as lágrimas também foram divididas.
Em todas as decisões, das mais banais às revoluções, sempre ouvia e dava sua opinião em nossos diálogos imaginários.
Sempre soube o que dizer, ficando em silêncio.
Tudo poderia ter sido bem diferente. Sempre pode ser, mas o fato de você ter ido patrulhar em outras rodovias não a tornou ausente. Nunca tornará. Sempre vai estar ali com aquela expressão incerta, sorriso apertado e olhares doces.

O cheiro de rosas sempre me deixa triste, pastel de domingo me faz lembrar dos seus agrados e roupas passadas me lembram sorrisos. Não há um dia em que passe sem visita sua.
Super Heróis nunca morrem. Super-Heroínas também.

Um comentário:

Dreamer disse...

Receber esse elogio de alguém como vc e que além de tudo ainda é fã[quase histérica fã] do grande Caio F., é de fazer as letras ficarem convencidas ;)
Toda a licença, poética ou não, pra ti, querida.

Em tempo: como assim eu ainda nao tinha visto teu blog??