sábado, agosto 30, 2008

Só mais uma.

Eu vou dizer p-a-u-s-a-d-a-m-e-n-t-e e pela última vez pra ver se você entende.

O problema, meu bem, não é nos encontrarmos por acaso e acabarmos a noite numa cama quentinha fazendo sexo selvagem sem nenhum compromisso. O problema é você me tratar, nessa hora, como se eu fosse a mulher da sua vida. Eu não tô pedindo pra você ser pior na cama, ou pular as preliminares ou só me deixar mais-ou-menos excitada, eu tô te pedindo apenas pra ser comigo o que você é com todas as mulheres que você come de vez em quando, nem mais nem menos, porque hoje em dia, é isso o que eu sou pra você.

Quando você me disse, naquele dia em que decidimos nos afastar, que não daríamos mesmo certo, que você não era apaixonado por mim, que tinha sido bom mas que não dava mais pra continuar, eu acreditei, juro que acreditei, pra falar a verdade eu até entendi. Mas quando o seu corpo encosta no meu e me manda todos os sinais de um cara que tá perdidamente apaixonado eu quase desacredito em toda aquela história de fim. E eu volto ao começo, e eu atraso novamente a minha vida que ficou difícil pra caralho sem você. E eu volto a esperar, nesse momento, que um dia você acorde e descubra que é isso que você quer pro resto dos seus dias.

Você consegue me entender?

Eu gosto do nosso jeito de fazer sexo, eu quero poder dar pra você todas as vezes que eu sentir vontade, eu quero que você me coma todas as vezes que você se sentir excitado por mim, mas quero que seja só sexo, só pele, só tesão e ponto. Como é com sua vizinha mais velha, como é com aquela sua amiga de bar, como é com sua colega de trabalho, como é com qualquer outra mulher que você mal vai lembrar do nome no dia seguinte.

Eu quero ser livre pra ir pra cama com você sem acordar com a falsa sensação de que todos os outros caras do mundo são idiotas, porque nenhum deles sabe que eu gosto de mãos na minha nuca, nenhum deles sabe que eu gosto de mordidas no ombro, nenhum deles sabe que eu gosto de sentir a minha coxa sendo quase arrancada do resto do corpo. E você sabe, e você faz como se me afirmasse que ainda se lembra de cada detalhe meu, de como ainda é importante pra você me fazer sentir a mulher mais desejada do mundo.

E isso, com o perdão do pleonasmo, me fode.

Olha, não vai ser tão ruim, eu até deixo você me chamar de vadia enquanto morde a minha orelha, de vagabunda, maldita, puta enquanto prende os meus braços pra passear pelo meu corpo sem nenhuma interverção. Mas não joga a minha franja de lado pra beijar minha testa, não coloca "Girl" pra tocar dizendo que essa música sempre faz você lembrar de mim, não encosta o teu nariz no meu nariz, a tua testa na minha testa, a tua bochecha na minha bochecha antes de me dar beijo mais doce do mundo, não enrola os seus dedos no elástico da minha calcinha enquanto me olha nos olhos, e principalmente, não deite a cabeça na minha barriga e diga que sentiu falta da minha pele macia e do meu cheiro de chocolate.

Entenda que é mais fácil pra mim esnobar o teu coração pra continuar tendo o seu pau no meio das minhas pernas. Então, da próxima vez que nos encontrarmos casualmente num lugar qualquer e você sentir uma vontade louca de ir pra cama comigo, seja mais gentil, e domine o meu corpo, roube-o pra você durante a noite, me coma com vontade, de todos os jeitos, mas não me deixe, nem por um segundo, lembrar que a minha alma ainda quer continuar sendo sua.

Por favor, entenda.

8 comentários:

ARTEirices & Outros Bichos disse...
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ARTEirices & Outros Bichos disse...

Não quero tietar (não que isso me seja difícil - bem pelo contrário, mas acho que de afagos posers, iludidos ou vampirescos, bajulação e mentiras tu já estás cercada). O que vou te falar é verdade - ou pelo menos a verdade que percebo em muitas entrelinhas tuas (mas não subestimo, e não subestimes, a minha percepção e a minha sensibilidade). Espero muito que essa possível verdade possa te ser de alguma ajuda (tenho um forte lado Madre Teresa - talvez pelo meu signo Peixes. Achas isso ridículo? Provável: é bem surreal que os astros possam influir nas personalidades. De qualquer modo, tenho a tal síndrome dita pisciana).

Continuo gostando do blog: ele é envolvente, denso, parece transparente, lancinante, a gritar por socorro, apesar de tantos disfarces e mentiras que te dizes - ou dizes sabe-se lá a quem (talvez saibas que são mentiras, talvez não, e se não souberes, desejo te mostrar - mas com delicadeza, com palavras líricas, bonitas, competentes, que tu muito mereces e são as que mais me encantam).

NOCHE
Suite para piano y voz emocionada
(Lorca)

Rasgos

Aquel camino
sin gente.
Aquel camino.
Aquel grillo
sin hogar.
Aquel grillo.
Y esta esquila
que se duerme.
Esta esquila...

Preludio

El buey
cierra sus ojos
lentamente...
Calor de establo.
Este es el preludio
de la noche.

Rincon del cielo

La estrella
vieja
cierra sus ojos turbios.
La estrella
nueva
quiere azular
la sombra.
(En los pinos del monte
hay luciérnagas.)

Total

La mano de la brisa
acaricia la cara del espacio
una vez
y otra vez.
Las estrellas entornan
sus párpados azules
una vez
y otra vez.

Un Lucero

Hay un lucero quieto,
un lucero sin párpados.
-¿Donde?
- Un lucero...
En el agua dormida
del estanque.

Una

Aquella estrella romántica
(para las magnolias,
para las rosas).
Aquella estrella romántica
se ha vuelto loca.
Balalín,
balalán.
(Canta, ranita,
en tu choza
de sombra.)

Madre

La osa mayor
da teta a sus estrellas
panza arriba:
gruñe
y gruñe.
¡Estrellas niñas, huid;
estrellitas tiernas!

Recuerdo

Doña Luna no ha salido.
Está jugando a la rueda
y ella misma se hace burla.
Luna lunera.

Hospicio

Y las estrellas pobres
las que no tienen luz,
¡qué dolor,
que dolor,
que pena!,
están abandonadas
sobre un azul borroso.
¡Que dolor,
qué dolor,
qué pena!

Cometa

En Sirio,
hay niños.

Venus

Abrete, sésamo
del día.
Ciérrate, sésamo
de la noche.

Abajo

El espacio estrellado
se refleja en sonidos.
Lianas espectrales.
Arpa laberíntica.

La Gran Tristeza

No puedes contemplarte
en el mar.
Tus miradas se tronchan
como tallos de luz.
Noche de la tierra.


E pra fechar...

Guria

Verdades, mesmo que em tom poético, podem parecer rudes ou mal intencionadas, então é importante eu explicar minha intenção e o toque que me atrevo a te dar, mesmo sem teres pedido: Fernanda, BRILHA, ENCANTA, PERSEGUE A FELICIDADE, como sempre fizeste (e afinal é a meta de nós todos), mas não aceita da vida menos do que mereces, não faz concessões, não te alimenta de migalhas, não mente a ti que essas "raspas e restos te interessam" (Cazuza), quem sabe até revê algumas rotas e conceitos, descobre mais facetas de ti (deves saber que sempre há mais que conhecermos sobre nós), aprende a gostar tanto da tua totalidade que nem precises mais mentir, e então quem sabe a paz e a plenitude venham - e com muito mais e verdadeiro brilho.

(Nem sei como fechar isto. Talvez tu esperasses algo como "puta", "torta", "te odeio", "bebê", "vaisifudê", "te amo", "rainha de qualquer coisa" ou vá lá saber, mas não é nada disso que eu sinto: o que sinto é identificação com a tua humanidade, que inclui dor, pausa e brilho. Ou talvez prefiras que eu não diga coisa alguma, e se assim for, é só pedir que eu me calo).

Gilda disse...

Ridículo. Não é ciúme.
Eu sei que sou ridícula também, mas pouca gente consegue ter charme mesmo assim...

Ai, eu adoro frase-clichê. Ainda mais nos tempos atuais, que os clichês estão jogados. Todo mundo é super cool e criativo. Aiaiaia

Te amo.