domingo, março 01, 2009




Sim, eu sou retardatária.




Depois de uma longa semana trabalhando feito a única puta presente num mosteiro de freis tarados, só agora tive tempo de escrever sobre o carnaval em BH.


Viagem cansativa, BH parecia mais longe que a casa do caralho onde Judas perdeu as meias, juro que teve uma hora, no meio de um congestionamento lá pros lados de Extrema, que eu pedi pelo amor de deos para voltarmos pra São Paulo. Pedido não atendido, amém.

Marcamos de encontrar a Paty em frente ao Mineirão, exatamente no horário do jogo do Atlético Mineiro. Péssima hora e lugar? Nenhuma novidade pra quem me conhece.


De toda a forma foi uma viagem linda, mesmo com a minha cólica, com a falta do meu milk shake de ovomaltine, com o calor filho da puta de 40 graus, com o ataque dos catchups alienígenas, com o bundalelê no estacionamento do shopping, com a visita a feirinha de artesanato brás-iniana de Minas, com a crise de alergia-gripe-amidalite do meu namorado, foi uma viagem linda. Foi o não-fazer-nada-de-extraordinário mais gostoso da minha vida.


Fim de semana de matar saudades da Paty, de ter a certeza do quanto tudo aquilo de sempre é amor-amor, de conhecer a família da menina-mulher mais importante da minha vida, de me encantar com as gêmulas, de saber, enfim, de quem a Paty puxou tanto sacadismo e gracesa, de resolver velhas rugas e de descobrir que qualquer lugar fica mais gostoso quando você tem um namorado que te leva pra passar um fim de semana fofocando ao lado de tuas amigas sem reclamar, e pra completar, que ainda te serve cerveja praticamente a conta-gotas, só porque sabe que você detesta espuma.


Ouvi dizer que é perigoso eu ficar fazendo muita propaganda. Ouvi dizer que ele é areia demais pro meu caminhãozinho sério e sem graça. Ouvi dizer que se eu deixá-lo escapar posso aposentar a minha carteira de trabalho matrimonial.


Mas o que ninguém disse é que eu também ouvi dizer "eu te amo", mesmo com quatro dias de carnaval cheios de provas de amor traduzidas em companheirismo, amizade e cuidado. E foi, exatamente, nessa hora, em que ele não precisava me dizer-fazer-provar mais nada, que ele me fez descobrir porque nesses últimos três meses, sinto como se eu tivesse engolido uma bateria de escola de samba e digerido-a no peito.




E contrariando Los Hermanos,




Não, nem todo o carnaval tem seu fim.














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