domingo, março 15, 2009






Parecia o fim.

Quando Ronaldo tombou, naquele 13 de fevereiro, com as mãos no joelho e lágrima nos olhos, o mundo vaticinou que ele não mais voltaria. Na época com 31 anos, depois de dezenas de lesões, outras cirurgias delicadas e muitos quilos e polêmicas a mais, o Fenômeno precisava se reerguer do mais duro golpe de sua vida. A carreira estava em risco. O futuro era incerto. A desconfiança era total.

Menos de oito meses depois, Ronaldo acorda do pesadelo.

Levanta-se do drama aclamado pela torcida mais apaixonada do país. Não poderia estar em melhores braços.

Ronaldo, roxo de vontade. O Corinthians, roxo de alegria. O futebol, roxo de felicidade.

O Fenômeno, fiel à sina de desmentir o impossível. O Timão, fiel a quem se perfila como guerreiro. O destino, fiel a quem luta e persevera. Ronaldo é da Fiel.

Do calvário aos céus. Da aposentadoria forçada à esperança concretizada de, mais uma vez, provar ao planeta que ele é um predestinado. Cicatrizado. Recuperado. Refeito. De corpo e alma.

De repente, não mais que de repente, parece que Ronaldo foi feito para o Corinthians. Do preto e branco, nasce o cinza. Das cinzas, renasce o Fenômeno.

Em 2008, o Alvinegro e o artilheiro viveram um ano para se esquecer. Na temporada mais inglória de sua vasta história, o Corinthians, afundado na Segundona, emergiu. Voltou para ser Timão. Na reabilitação mais árdua de sua brilhante carreira, Ronaldo, ladeado pela descrença geral, resistiu. Voltou para ser Fenômeno.

A tempestade passou. Certa de que a bonança virá. Representada pela sincera alegria de um jovem talento encantado com a chegada do novo parceiro. Dentinho e Dentão. Sorriso completo.

Diz a Fiel que aqui tem um bando de louco. Diz Ronaldo que ele é mais um louco chegando. Diz a crítica que louco é quem aposta num jogador esfacelado.

Eu discordo de todos.

Louco mesmo é quem duvida de Fenômenos.




Por Wagner Sarmento.




Pra Talita, por ter me mostrado a crônica e por ser a corintiana mais corintiana que eu conheço.
Pra Paty, por que há voltas por cima que a mídia não noticia.

Um comentário:

B disse...

te amo tanto, por isso. tudo isso.