quarta-feira, março 04, 2009

Eu sempre escrevi sobre você, sobre nós, sobre o nosso relacionamento, mas hoje, depois de tanto carinho e palavras doces, resolvi escrever pra você. De mim pra você.

Escrever de como eu me sinto segura ao teu lado, mesmo cheia de dúvidas sobre nós dois, das vezes em que eu sei que me sentiria protegida, mesmo atravessando um tiroteio se você estivesse segurando a minha mão. E não falo daquela segurança que me impede de sentir ciúmes, que faz com que eu me sinta tranquila em relação a qualquer mulher gostosa e interessante que cruze o teu caminho. É uma segurança de corpo presente, uma segurança de mulher que coloca teus medos, teus caminhos, e se coloca nos braços de um homem. Uma sentimento de estar indefesa por querer, e ainda assim, em nenhum momento sentir-se desprotegida. Uma espécie de fragilidade bem no centro de uma força absurda que eu só encontro no teu abraço. O mesmo abraço que eu duvidei que me faria amolecer as pernas assim que nos conhecemos. Os mesmos braços que me deixaram sem chão dentro do carro no nosso segundo encontro e que, mesmo me causando um medo absurdo, não me fez recuar.
Um não-sei-bem-o-que-é que foi crescendo a cada conversa sintonizada, a cada beijo roubado, a cada intimidade descoberta, a cada passo no escuro e a cada carinho inesperado e desejado. A cada tudo que eu não esperava que fosse e era, ao teu lado sempre era. E, ainda assim, todo o fim de semana eu esperava o momento de te dizer que não dava mais, que não tava legal, que era bobagem, e todas as vezes eu ia embora com mais certeza de que dava, que tava legal, que não era só mais uma bobagem. Eu não queria me render, lutei, lutei pra cacete contra esse sentimento novo. Aquela coisa de bem-me-quer-mal-me-quer e você ali, sempre me bem-querendo enquanto eu tentava te ferir com meus espinhos. E você, com sua paciência que só existe dentro da certeza do que se sente, finalmente me fez querer ser bem-querida.
Faz três meses que eu me pergunto onde eu baixei a guarda. Três meses tentando descobrir o que me prende tanto a você, porque o nosso envolvimento é tão natural, tão simples, tão verdadeiro, que eu sempre me pego pensando o que você tem que ninguém mais tem, que me faz ser tão eu com você sem nenhum furacão separando nossos verbos. Três meses, que seria pouco tempo, não fosse a profundidade que atingimos nesse período.
E eu, que sempre gritei por aí, que só sabia viver bem no meio das tempestades, dos terremotos e do caos, me sinto, pela primeira vez, feliz com o azul de paz que embala nossa relação. E, incrivelmente, a rotina, que sempre foi o meu monstro do armário, passou a ser só mais uma coisa gostosa que eu posso partilhar com alguém que tá me ensinando pra caralho sobre rosas com pétalas grifadas de bem-me-quer-bem-te-quero.

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