sábado, outubro 09, 2010

Escrevo como vivo, como amo, destruindo-me. Suicido-me nas palavras.

Olhei para o outro lado da rua. Não consegui distinguir rostos.
"Acho que a miopia aumentou", disse, "mas a vantagem é que não sou obrigada a reconhecer as pessoas."
Ele sorriu.
Eu me calei.
Despedimo-nos na esquina.
Ao longe, um monte de lixo e dois cães comendo os restos. Alguns passos adiante, percebi que os dois cães eram duas crianças.
"Deveria ter elogiado seu sorriso", pensei.
Não há miopia que conceda o desconhecimento de quem não se atreve a chegar mais perto.






Descobri esse pequeno texto remexendo no meu baú virtual. É lá onde eu guardo as coisas mais lindas que eu já recebi, já mandei e já li por aí.
Engraçado é que não tinha o autor. Mas, só dessa vez, eu vou assassinar a regra.

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