sexta-feira, janeiro 21, 2011




Eu tinha lido por aí que lua e sol deveriam ficar em mapas astrais. Nunca em poemas. Mas talvez os dois tenham rasgado o concreto enquanto você dormia. Eclipses existem. Mas é preciso olhar pro céu, baby. Daí eu limpo meu nariz nas lembranças só pra ter a sensação de que até o pior de mim ficou escorrendo em outras peles. Naqueles minutos em que a brevidade de um farol vermelho, estranhamente, nos faz andar. Eu nem preciso mergulhar nesse mares castanhos que me molham pra sacar que determinadas palavras já estavam a deriva, tocando a minha superfície. Talvez eu nem me sinta livre. Mas uma boca afrouxou todas as cordas.

Fábio Reoli

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