terça-feira, novembro 16, 2010







Gostaria de agradecer imensamente aos inúmeros títulos que nos foram oferecidos aqui nos comentários do blog. Foram títulos antecipados, títulos comprados, títulos roubados, títulos entregues e, o melhor e mais bambi deles, títulos com asteriscos.

A gente agradece a preferência da freguesia, mas passa a bola.

Em nenhum momento o Corinthians cantou vitória antes da hora ou jogou a toalha um pouco mais cedo. Ainda faltam três rodadas, nove pontos, dois jogos fora e algum tempo até o final do campeonato.

Pedreira atrás de pedreira e grandes adversários na disputa.


A única vantagem que nós temos é a de dependermos apenas de nós mesmos.

Uma vantagem de grande valia nos pontos corridos, é verdade. Em um campeonato cuja fórmula possibilita que títulos sejam vencidos no corpo mole do outro, na falta de objetivo e, dizem os mais dramáticos, na mala preta e entrega de jogo.

Como de costume, ao final do campeonato, temos a fase de chororô e das alegações e insinuações de suborno, compra de juízes, malas coloridas, dossiês, de-ve-des e afins.

Se o Flamengo é campeão, é porque o Corinthians entregou o jogo. Se o São Paulo foi três vezes campeão na sequência, é Madonnão, é porque não tinha adversário, foi na base do chuveirinho. Se o Inter ganhou a Sulamericana há uns anos, grande merda, quem se importava? E se o Palmeiras levar a desse ano??? PFFFFF, palhaçada!! O título de 87 é do Sport ou do Flamengo?? Depende, pra que??? E os mundiais do Santos da idade da pedra, contam ou não contam???


Sabe, é tanta ladainha pra desprezar adversário e diminuir o título do rival que eu me pergunto se esta é a paixão e o prazer que o cidadão tem ao torcer pelo seu “time do coração”!?!

O meu clube, agora, é o “time que compra títulos, campeonatos, juízes, estádios, impedimentos, aberturas da copa, petrodólares e ações na Wall Street”. Ah, e óbvio, alguns preciosos asteriscos!!!!

Só que quando a gente fecha o pedido, pede pro garçom anotar que é sem gelo e com certa dose de emoção. De preferência se puder incluir queda pra segunda divisão, 6534 projetos que enganem a torcida, presidente ditador, protesto de torcida organizada, ida de treinador à seleção, Adilson Batista acompanhado de Thiago Heleno e, de quebra, sete jogos sem ganhar uma partidazinha sequer.

Está tudo na Nota Fiscal.

Na boa mesmo, prefiro vestir a camisa da palhaçada adversária e rir dessa grande piada. Quem acompanha este blog sabe que o chororô aqui não é permitido. Quer chorar de emoção, de tristeza, de amor… que se dane. Agora, vir chorar as pitangas NINGUÉM MERECE.

Convenhamos, choro de perdedor não combina com esporte. Fica feio pro torcedor e, mais grave ainda, se envolve atletas, treinadores e representantes dos clubes. Foi assim com o Internacional em 2005 e no DVD de 2009. Foi assim com o São Paulo nos últimos 4 anos. Foi assim domingo, contra o Cruzeiro.
Esse mico o meu clube não paga. Paga juíz, paga STJD, paga o que vocês quiserem que pague… mas esse mico, aqui, NÃO!


Como sabem, o Coringão foi garfado algumas vezes este campeonato. O exemplo mais citado neste final de semana foi o jogo contra o Guarani, quando o Corinthians teve dois gols anulados por impedimento inexistente de Ronaldo. Veja bem, não foram impedimentos quaisquer que poderiam-quem-sabe-teoricamente-talvez-pode-ser acabar em uma jogada de chance de gol.

Foram dois gols anulados, dois pontos que nos dariam folga na liderança e tal.

Pois bem, peço o favor de reverem esse jogo e apreciarem um singelo exemplo de pós-jogo que não culpa arbitragem, esquemão, e “o céu é azul” pelo resultado.

O comportamento de uma torcida que tem consciência que o futebol tem de ser bom o suficiente pra superar QUALQUER erro de arbitragem, penalti desperdiçado, estádio vazio ou o diabo-a-quatro.

O comportamento de quem quer depender das suas próprias forças pra ser campeão. Algo que eu escrevi aqui o ano todo. Algo que possibilita que a gente dê risada de um “entrega tricolor” ou “entrega verdão”. Algo de quem busca a vitória reivindicando mudanças dentro do próprio clube, e não vivendo em um filme de conspiração a favor do Corinthians.

Sempre vai ter um imbecil na imprensa pra aproveitar um momento desses e aparecer. Mas a imprensa não é marrom, amarela, cor-de-rosa, alvinegra ou Flamenguista. É só uma questão de ética individual de cada um.

Eu não sou árbitro, sei lá eu se daria o penalti. Eu não sou técnico, sei lá eu se iria chorar na imprensa. Eu escrevo um blog de torcedor do Corinthians e, como Corinthiana, deixo bem clara a minha postura de não admitir que meu clube seja resmungão.

E digo mais: muuuuuuuito cruzeirense perdeu tempo comentando sobre o jogo de domingo aqui no Blog e enaltecendo o mico nacional que pagaram no sábado.

Olha, na torcida onde eu fui criada, feliz ou infelizmente, esse mundo de gente não estaria chorando aqui ou ali. Estaria pegando um busão pro CT, pintando uma faixa de “energúmenos, mentecaptos e inerces”. Estaria cobrando postura e raça de quem veste o manto.
Motivo pelo qual, inclusive, o chinelinho do Roger saiu vazado daqui.

Jogador que chora de dor no pezinho, que sai do campo bufando e batendo o pé e treinador que chora na coletiva não faz muito o nosso perfil. Sabe como é, talvez os outros times não entendam muito bem a expressão: AQUI É CORINTHIANS, PORRA!
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Yule Bisetto

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