segunda-feira, agosto 24, 2009

"Meu nome é Fernanda e eu estou há quase um ano sem me meter em encrenca."

Seria um começo legal e inovador, né?

Mas seria mentiroso pra caralho. É claro que eu ainda me meto numas baitas encrencas, mas o grande lance é que eu aprendi a não correr mais atrás de problemas. Assim, ó,

Antigamente eu achava super jóia beber até cair na noite, sem pensar no quanto eu iria acordar estragada no dia seguinte. Achava bacana jogar charme pra todos os caras interessantes do universo, mesmo que não tivesse interesse real por nenhum deles, só pelo prazer de testar meu jogo de sedução. Achava legal torrar todo o meu dinheiro em coisas que eu poderia muito bem viver sem só por que todas as minhas amigas achavam legal ter coisas que se pode muito bem viver sem. Achava gostoso comer todas as porcarias do mundo pra controlar a minha ansiedade e depois correr 10 kms com o tornozelo arregaçado só pra compensar a baixa estima. Achava divertido contar vantagens, me meter em brigas, armar barraco, ouvir fofocas e ser popular.

E o engraçado é que, nos últimos minutos, eu sempre tinha a chance de não fazer nada disso. E eu fazia. E sei lá por que achava toda essa babaquice o máximo. Aí eu me fodia toda, lógico. O "meu máximo" não durava nem uma semana. As consequências são rápidas quando se é inconsequente. Ficava mal uns tempos, me recuperava e voltava a fazer tudo igual.

A gente nunca sabe ao certo qual é o nosso momento de grande mudança, qual é o primeiro passo rumo a maturidade, e nem mesmo, se estamos indo pelo caminho certo. O que eu sei é que hoje eu ando de mãos dadas com minhas escolhas, e acordo todos os dias com aquela sensação gostosinha de ter feito exatamente aquilo que eu faria se tivesse pensado muito bem antes de fazer.

Não é sensação de paz, de espiritualidade, de consciência tranquila... É só a sensação de me querer bem, assim, crua. Sem efeitos especiais.

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