sábado, janeiro 31, 2009
Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo.
sábado, janeiro 24, 2009
(...) Lá fora o vento bateu um instante, ficou quieto depois, e ouviu-se a respiração de alguém adormecido que acabava de virar-se na cama. O vento do campo suspendeu-se. Já não houve mais odores. "Amanhã vou reconhecer você por isso", disse. "Vou reconhecê-la quando vir na rua uma mulher que escreva nas paredes: 'Olhos de cão azul'". E ela, com um sorriso triste — que já era um sorriso de entrega ao impossível, ao inatingível —, disse: "Não obstante, você não lembrará nada durante o dia". E voltou a pôr as mãos sobre o abajur, com a expressão obscurecida por uma névoa amarga: "Você é o único homem que, ao acordar, não se lembra nada do que sonhou".
Olhos de Cão Azul - Gabriel García Márquez.
Olhos de Cão Azul - Gabriel García Márquez.
terça-feira, janeiro 20, 2009
Hoje foi dia de meninices. Dia de textos pra sitcon. Dia de holofotes.
Dia de Patrícia.
Que me chama de porca. Que me manda tomar banho. Que me diz que daqui há alguns meses não vou querer mais saber de sexo com meu namorado. Que me acha brega. Que corrige os meus erros de inglês. Que quer me obrigar a gostar de Carla Bruni. Que sacaneia meu namorado. Que me usa pra chamar a atenção dos outros. Que diz que meu caso é psiquiátrico. Que eu sou uma vaca. Que tem vontade de me bater. E que me ama com o amor mais doce que há no mundo. E que eu amo com o amor mais doce que há no mundo. Fim.
Dia de Patrícia.
Que me chama de porca. Que me manda tomar banho. Que me diz que daqui há alguns meses não vou querer mais saber de sexo com meu namorado. Que me acha brega. Que corrige os meus erros de inglês. Que quer me obrigar a gostar de Carla Bruni. Que sacaneia meu namorado. Que me usa pra chamar a atenção dos outros. Que diz que meu caso é psiquiátrico. Que eu sou uma vaca. Que tem vontade de me bater. E que me ama com o amor mais doce que há no mundo. E que eu amo com o amor mais doce que há no mundo. Fim.
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Esse fim de semana vou conhecer a Pitica. Deve ser o acontecimento do mês.
As duas mulheres da vida de um mesmo homem, cara-a-cara, na mesma casa.
Me garantiram que ela não passa de uma cadela. Mas sacumé, das minhas rivais eu prefiro ter as minhas próprias impressões.
Trago notícias, caso eu sobreviva.
As duas mulheres da vida de um mesmo homem, cara-a-cara, na mesma casa.
Me garantiram que ela não passa de uma cadela. Mas sacumé, das minhas rivais eu prefiro ter as minhas próprias impressões.
Trago notícias, caso eu sobreviva.
Sexta-feira. Sol. Férias. Ausência de dor física. Nenhum compromisso bancário ou derivados. Papo pro ar.
Estava tudo cantando pra ser um dia bom, daquela tranquilidade de brisa e cerveja gelada.
Estava.
Cada vez mais me convenço que não sou eu que peço licença pra entrar nos furacões, maremotos e vendavais. Eles é que entram nos meus dias arregaçando a porta. Eu só evito a fuga.
Humor do dia: Puto. Bem Puto. Extremamente Putificado.
Estava tudo cantando pra ser um dia bom, daquela tranquilidade de brisa e cerveja gelada.
Estava.
Cada vez mais me convenço que não sou eu que peço licença pra entrar nos furacões, maremotos e vendavais. Eles é que entram nos meus dias arregaçando a porta. Eu só evito a fuga.
Humor do dia: Puto. Bem Puto. Extremamente Putificado.
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Eu digo que te amo.
Você me pergunta o porquê, deitado em mim, sorrindo aquele sorriso que é só seu e, em meus devaneios egocêntricos, também meu. E são tantos os motivos que eu não sou capaz organizá-los em uma lista, como pede sua apaixonante sensatez. Ainda mais quando sou desafiada por esse tal sorriso que desarma e, na seqüência, arma. Ainda mais quando tenho você em mim, só para mim, mais meu do que jamais alguém foi. Mãos passeando pelo meu corpo e olhos vasculhando minha alma.
Então, para seu entretenimento, e para manter esse sorriso me olhando, vou jogando motivos no universo, sem método ou lógica.
Eu te amo porque você chegou sorrateiro, como quem não quer nada, mas vestido desse sorriso que é capaz de parar indústria e comércio. Porque você me lê, me dá bola, me embala. Porque você sabe meus truques, porque você tem olhos doces, porque você gosta dos meus piores defeitos. Porque você é adoravelmente desligado e porque você ainda franze a testa quando me olha nos olhos.
Te amo porque apesar de você gostar de Pearl Jam, David Bowie e Legião Urbana, você também gosta de Chico, Beatles e Cartola. Porque você acha que meus olhos são os mais bonitos do mundo e porque você entorta a boca de um jeito sapeca quando fala alguma coisa para me provocar. Porque você não precisa de ninguém e, ainda assim, vive rodeado por várias tribos.
Te amo porque você pensa no futuro pra que nossa história possa acontecer, porque você teve sim, medo de me deixar entrar na sua vida, mas agora você já não considera a hipótese de me deixar ir embora. Porque você ouve a música da vida, e é a mesma que eu ouço, e não vê outra forma de passar por aqui que não seja com ritmo. Porque você lê os livros que eu recomendo e acha o máximo que eu os tenha lido.
Te amo porque você beija como ninguém, mexe no meu cabelo e faz amor olhando nos meus olhos. Porque você me coça, me deixa dormir antes só pra me fazer cafuné enquanto eu durmo. Porque você toma banho de manhã e, logo depois, volta para a cama para me beijar mais. Porque você liga várias vezes ao dia para dizer que me ama, para saber se eu estou bem, para me contar sobre sua rotina.
Te amo porque você usa papetes, bermudas, social e calças jeans. E porque você combina com todos esses estilos. Porque você pergunta sobre o meu pai, ri das besteiras que eu falo e gosta de ficar ouvindo as histórias dos meus amigos que você ainda nem conhece. Porque você quer ter uma casa de campo comigo, um lugar onde a gente possa passar a noite olhando o céu e bebendo cerveja, porque você respeita minhas neuroses.
Te amo porque você gosta de alterar quimicamente a realidade das coisas, porque você adora experimentar, porque você não sabe viver sem cães. Porque você gosta de deitar e colocar minha cabeça no seu ombro, porque você acha que assim me protege, porque você sabe que eu preciso de proteção. Porque de manhã você prefere suco, mas me serve café puro. Porque você faz carinho no Huguinho, e é charmosamente desajeitado e volta e meia bate a cabeça em algum objeto inanimado.
Te amo porque você acha que um dia a gente pode, quem sabe, desafiar os traumas do passado e casar na igreja. Porque você acha que a felicidade está nos detalhes, em passar uma noite comendo bobeira, bebendo cerveja, conversando no chão da sala, e ouvindo Beatles. Porque, nessa noite, no chão, ouvindo Beatles e bebendo cerveja, seus olhos brilharam como nunca. E então você parou tudo, colocou a mão no meu rosto, me olhou bem fundo e me beijou do jeito mais carinhoso do mundo. Porque você entendeu que naquele momento nada mais importava. Porque você sabe que nossa história pode ser precocemente interrompida, e que, mesmo assim, ela já terá valido a pena. Porque talvez ela seja, agora e para sempre, a história mais bonita das nossas vidas.
Mas, se eu tivesse que pegar um motivo apenas, eu diria que te amo porque você é o homem com quem eu sempre sonhei, mas nunca achei, de verdade, que pudesse existir pra mim. Só por isso. E também, meu amor, porque você franziu a testa quando nos encaramos pela primeira vez e continua, até hoje, franzindo a testa toda vez que me olha nos olhos.
Pra você, meu bem.
P.S : Tive que pedir licença poética a Milly Lacombe pra reconstruir esse texto com nossos contornos. O nosso ritmo e nossa poesia fica cada dia mais claro visto com a ponta dos dedos.
Você me pergunta o porquê, deitado em mim, sorrindo aquele sorriso que é só seu e, em meus devaneios egocêntricos, também meu. E são tantos os motivos que eu não sou capaz organizá-los em uma lista, como pede sua apaixonante sensatez. Ainda mais quando sou desafiada por esse tal sorriso que desarma e, na seqüência, arma. Ainda mais quando tenho você em mim, só para mim, mais meu do que jamais alguém foi. Mãos passeando pelo meu corpo e olhos vasculhando minha alma.
Então, para seu entretenimento, e para manter esse sorriso me olhando, vou jogando motivos no universo, sem método ou lógica.
Eu te amo porque você chegou sorrateiro, como quem não quer nada, mas vestido desse sorriso que é capaz de parar indústria e comércio. Porque você me lê, me dá bola, me embala. Porque você sabe meus truques, porque você tem olhos doces, porque você gosta dos meus piores defeitos. Porque você é adoravelmente desligado e porque você ainda franze a testa quando me olha nos olhos.
Te amo porque apesar de você gostar de Pearl Jam, David Bowie e Legião Urbana, você também gosta de Chico, Beatles e Cartola. Porque você acha que meus olhos são os mais bonitos do mundo e porque você entorta a boca de um jeito sapeca quando fala alguma coisa para me provocar. Porque você não precisa de ninguém e, ainda assim, vive rodeado por várias tribos.
Te amo porque você pensa no futuro pra que nossa história possa acontecer, porque você teve sim, medo de me deixar entrar na sua vida, mas agora você já não considera a hipótese de me deixar ir embora. Porque você ouve a música da vida, e é a mesma que eu ouço, e não vê outra forma de passar por aqui que não seja com ritmo. Porque você lê os livros que eu recomendo e acha o máximo que eu os tenha lido.
Te amo porque você beija como ninguém, mexe no meu cabelo e faz amor olhando nos meus olhos. Porque você me coça, me deixa dormir antes só pra me fazer cafuné enquanto eu durmo. Porque você toma banho de manhã e, logo depois, volta para a cama para me beijar mais. Porque você liga várias vezes ao dia para dizer que me ama, para saber se eu estou bem, para me contar sobre sua rotina.
Te amo porque você usa papetes, bermudas, social e calças jeans. E porque você combina com todos esses estilos. Porque você pergunta sobre o meu pai, ri das besteiras que eu falo e gosta de ficar ouvindo as histórias dos meus amigos que você ainda nem conhece. Porque você quer ter uma casa de campo comigo, um lugar onde a gente possa passar a noite olhando o céu e bebendo cerveja, porque você respeita minhas neuroses.
Te amo porque você gosta de alterar quimicamente a realidade das coisas, porque você adora experimentar, porque você não sabe viver sem cães. Porque você gosta de deitar e colocar minha cabeça no seu ombro, porque você acha que assim me protege, porque você sabe que eu preciso de proteção. Porque de manhã você prefere suco, mas me serve café puro. Porque você faz carinho no Huguinho, e é charmosamente desajeitado e volta e meia bate a cabeça em algum objeto inanimado.
Te amo porque você acha que um dia a gente pode, quem sabe, desafiar os traumas do passado e casar na igreja. Porque você acha que a felicidade está nos detalhes, em passar uma noite comendo bobeira, bebendo cerveja, conversando no chão da sala, e ouvindo Beatles. Porque, nessa noite, no chão, ouvindo Beatles e bebendo cerveja, seus olhos brilharam como nunca. E então você parou tudo, colocou a mão no meu rosto, me olhou bem fundo e me beijou do jeito mais carinhoso do mundo. Porque você entendeu que naquele momento nada mais importava. Porque você sabe que nossa história pode ser precocemente interrompida, e que, mesmo assim, ela já terá valido a pena. Porque talvez ela seja, agora e para sempre, a história mais bonita das nossas vidas.
Mas, se eu tivesse que pegar um motivo apenas, eu diria que te amo porque você é o homem com quem eu sempre sonhei, mas nunca achei, de verdade, que pudesse existir pra mim. Só por isso. E também, meu amor, porque você franziu a testa quando nos encaramos pela primeira vez e continua, até hoje, franzindo a testa toda vez que me olha nos olhos.
Pra você, meu bem.
P.S : Tive que pedir licença poética a Milly Lacombe pra reconstruir esse texto com nossos contornos. O nosso ritmo e nossa poesia fica cada dia mais claro visto com a ponta dos dedos.
terça-feira, janeiro 13, 2009
Coisas que eu aprendi em 24 anos de purificação espiritual
Fumar é uma bosta, e eu vou morrer inalando merda
Cerveja gelada é terapêutica, se tomada em doses homeopáticas.
Destilados fodem mais que maconha.
Café servido em copo americano nas padarias de beira de estrada é muito mais saboroso.
Caminhar na esteira salva vidas.
Todo mundo tem um lado bacana.
Todo mundo tem um lado que não presta.
A pessoa que você mais ama vai te sacanear um dia.
Um dia você vai sacanear a pessoa que você mais ama.
A Avenida Paulista foi feita pra passeios descompromissados em fins de tarde.
O melhor e mais caro colchão do mundo não bate o conforto de dormir no balanço de uma rede.
Queijo branco quente com tomate e azeite é infinitamente mais gostoso que big mac e derivados.
Só curte blues aqueles que já se foderam muito na vida e souberam dar a volta por cima.
Bossa Nova foi a melhor invenção nacional dos últimos 999 anos.
Cazuza foi muito mais homem que qualquer outro da geração de rock dos anos 80.
Futebol também é coisa de Mulher, com M maiúsculo.
Mulherzinha merece homenzinho.
Com coragem, metade do caminho já tá no papo.
Criatividade é sempre a melhor defesa e o melhor ataque.
Elvis Presley mudou o mundo.
Quem não gosta de Beatles bom sujeito não é.
Música boa derrete icebergs.
Pai e Mãe não deveriam morrer nunca.
Caio Fernando Abreu é uma religião.
Ser corintiano não é questão de escolha, é questão de sangue.
A Terra é redonda, no entanto, cheia de esquinas.
Bad Boys são interessantes. Em Hollywood.
Casablanca deveria ser matéria obrigatória nas escolas.
Você só vai descobrir que baratas são inofensivas, no dia que se deparar com uma onça faminta... E solta.
Ostentação é coisa de gente que nunca teve amor.
A sensação de acordar ao lado de quem você ama pode ser melhor do que todas as noites boêmias da sua vida.
Um dia você vai sentir vontade de trocar todas as trepadas que já deu por um beijo de boa noite.
Todo mundo já chorou, chora ou chorará por um amor não correspondido.
Todo mundo já foi o motivo do choro de alguém.
Meus amigos estão acima do bem e do mal.
Todo mundo carrega uma cruz. Só os que não desistem no meio do caminho são dignos de receber os milagres.
A segunda melhor coisa da vida é ter histórias bem vividas na bagagem.
A primeira é se permitir errar em paz pra aprender a meter a cara na vida sem medo.
Fumar é uma bosta, e eu vou morrer inalando merda
Cerveja gelada é terapêutica, se tomada em doses homeopáticas.
Destilados fodem mais que maconha.
Café servido em copo americano nas padarias de beira de estrada é muito mais saboroso.
Caminhar na esteira salva vidas.
Todo mundo tem um lado bacana.
Todo mundo tem um lado que não presta.
A pessoa que você mais ama vai te sacanear um dia.
Um dia você vai sacanear a pessoa que você mais ama.
A Avenida Paulista foi feita pra passeios descompromissados em fins de tarde.
O melhor e mais caro colchão do mundo não bate o conforto de dormir no balanço de uma rede.
Queijo branco quente com tomate e azeite é infinitamente mais gostoso que big mac e derivados.
Só curte blues aqueles que já se foderam muito na vida e souberam dar a volta por cima.
Bossa Nova foi a melhor invenção nacional dos últimos 999 anos.
Cazuza foi muito mais homem que qualquer outro da geração de rock dos anos 80.
Futebol também é coisa de Mulher, com M maiúsculo.
Mulherzinha merece homenzinho.
Com coragem, metade do caminho já tá no papo.
Criatividade é sempre a melhor defesa e o melhor ataque.
Elvis Presley mudou o mundo.
Quem não gosta de Beatles bom sujeito não é.
Música boa derrete icebergs.
Pai e Mãe não deveriam morrer nunca.
Caio Fernando Abreu é uma religião.
Ser corintiano não é questão de escolha, é questão de sangue.
A Terra é redonda, no entanto, cheia de esquinas.
Bad Boys são interessantes. Em Hollywood.
Casablanca deveria ser matéria obrigatória nas escolas.
Você só vai descobrir que baratas são inofensivas, no dia que se deparar com uma onça faminta... E solta.
Ostentação é coisa de gente que nunca teve amor.
A sensação de acordar ao lado de quem você ama pode ser melhor do que todas as noites boêmias da sua vida.
Um dia você vai sentir vontade de trocar todas as trepadas que já deu por um beijo de boa noite.
Todo mundo já chorou, chora ou chorará por um amor não correspondido.
Todo mundo já foi o motivo do choro de alguém.
Meus amigos estão acima do bem e do mal.
Todo mundo carrega uma cruz. Só os que não desistem no meio do caminho são dignos de receber os milagres.
A segunda melhor coisa da vida é ter histórias bem vividas na bagagem.
A primeira é se permitir errar em paz pra aprender a meter a cara na vida sem medo.
Não vou jogar meu destino contra o seu num filme piegas sem sal. Não vou chorar nem fingir que o amor morreu, chega de drama banal. Que seja a dor nosso amor, nossos ardis. Teatro nô japonês onde o ator é ao mesmo tempo atriz, vestes da mesma nudez.
Eu, Belmondo, como um Pierrot, le fou, só no cinema francês.
Você, Bardot, belo anúncio de shampoo só fica bem nas TVs.
Melhor viver nosso papel bem normal que a vida nos reservou, interpretar nosso bem e nosso mal, sem texto e sem diretor. Chega de representar o que nós não queremos ser, não vamos nos transformar num casal clichê do clichê.
Clichê do Clichê, do Gil.
Declamado.
Eu, Belmondo, como um Pierrot, le fou, só no cinema francês.
Você, Bardot, belo anúncio de shampoo só fica bem nas TVs.
Melhor viver nosso papel bem normal que a vida nos reservou, interpretar nosso bem e nosso mal, sem texto e sem diretor. Chega de representar o que nós não queremos ser, não vamos nos transformar num casal clichê do clichê.
Clichê do Clichê, do Gil.
Declamado.
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Essa música me deu um xeque-mate filha da puta na sexta-feira. Um touche sem direito a reação. Um silêncio ensurdecedor dos que não conseguem nem respirar direito.
Eu estava esperando uma pancada no ouvido, um som punk com ares de depressão crônica, uma qualquer coisa de metal idiota bem agressiva quando ele me disse que queria me mostrar com qual música ele gostaria de me ver entrando na igreja (Sim, porque na minha cabeça, qualquer pessoa, além de mim, que me imagine entrando na igreja pra casar, só pode fazer isso em tom de deboche).
E, incrivelmente, começa a tocar Pretty Woman.
E, mais incrivelmente ainda, ele estava falando sério.
Pretty Woman
Roy Orbison
Pretty woman,
walking down the street
Pretty woman,
the kind I like to meet
Pretty woman,
I don't believe you you're not the truth
No one could look as good as you
Mercy!
Pretty woman, won't you pardon me
Pretty woman, I couldn't help but see
Pretty woman,
That you look lovely as can be
Are you lonely just like me
Arrrrooounnnn
Pretty woman, stop a while
Pretty woman, talk a while
Pretty woman, give your smile to me...
Pretty woman, yeah yeah yeah
Pretty woman, look my way
Pretty woman, say you'll stay with me
'Cause I need you I'll treat you right
Come with me baby be mine tonight
Pretty woman, don't walk on by
Pretty woman, don't make me cry
Pretty woman
Don't walk away hey, ok
If that's the way it must be ok
I guess I'll go on home it's late
There'll be tomorrow night but wait
What do I see?
Is she walking back to me?
Yeah she's walking back to me
Oh oh Pretty woman
Eu estava esperando uma pancada no ouvido, um som punk com ares de depressão crônica, uma qualquer coisa de metal idiota bem agressiva quando ele me disse que queria me mostrar com qual música ele gostaria de me ver entrando na igreja (Sim, porque na minha cabeça, qualquer pessoa, além de mim, que me imagine entrando na igreja pra casar, só pode fazer isso em tom de deboche).
E, incrivelmente, começa a tocar Pretty Woman.
E, mais incrivelmente ainda, ele estava falando sério.
Pretty Woman
Roy Orbison
Pretty woman,
walking down the street
Pretty woman,
the kind I like to meet
Pretty woman,
I don't believe you you're not the truth
No one could look as good as you
Mercy!
Pretty woman, won't you pardon me
Pretty woman, I couldn't help but see
Pretty woman,
That you look lovely as can be
Are you lonely just like me
Arrrrooounnnn
Pretty woman, stop a while
Pretty woman, talk a while
Pretty woman, give your smile to me...
Pretty woman, yeah yeah yeah
Pretty woman, look my way
Pretty woman, say you'll stay with me
'Cause I need you I'll treat you right
Come with me baby be mine tonight
Pretty woman, don't walk on by
Pretty woman, don't make me cry
Pretty woman
Don't walk away hey, ok
If that's the way it must be ok
I guess I'll go on home it's late
There'll be tomorrow night but wait
What do I see?
Is she walking back to me?
Yeah she's walking back to me
Oh oh Pretty woman
Um sujeito precisa ter coragem. Um sujeito pode passar a sua vida toda amarrado a sua cidade natal vivendo como um pária, constantemente vigiado e desacreditado, pode ainda encerrar suas noites sonhando com coisa que ele nunca poderá sequer tocar, pode interpretar cenas de filmes cults sob o chuveiro ou mesmo acelerar fundo de volta pra casa imaginando estar a bordo de um Porsh Spider ou, ele pode ter um mínimo de coragem.
Quando um sujeito começa acreditar em suas miudezas, naquelas coisas que o tornam diferente, que são identidade e prazer e ao mesmo tempo, ele caminha, estica o dedão na beira da rodovia, joga os dados na sala escura mesmo sacando que no fim das contas o patrão sempre levará a melhor. Coragem, é preciso coragem.
Quando se dá os primeiros passos a caminho daquelas crenças pessoais, aquelas que têm a nossa marca, vem a sensação de medo; a primeira volta na montanha russa; coisas acontecem freneticamente, o iceberg rompe o estômago e ameaça naufragar o prazer que se instala devagar. Coragem, nestas horas é preciso ter coragem.
Sei que vai pintar a tal encruzilhada, mais uma, das grandes, e aí, enquanto ouço o barulho do trem se aproximando, a cancela fechando-se gradativamente, sei que será hora de acelerar, sem olhar pro trem, resistindo aquele impulso maluco de engatar ré, síndrome de Sara e as malditas estátuas de sal, hora de ir em frente e deixar que o out door do meu cérebro acenda as luzes:
Coragem! Talento é pouco, essencial é culhão. Coragem!"
Marcio Americo.
Quando um sujeito começa acreditar em suas miudezas, naquelas coisas que o tornam diferente, que são identidade e prazer e ao mesmo tempo, ele caminha, estica o dedão na beira da rodovia, joga os dados na sala escura mesmo sacando que no fim das contas o patrão sempre levará a melhor. Coragem, é preciso coragem.
Quando se dá os primeiros passos a caminho daquelas crenças pessoais, aquelas que têm a nossa marca, vem a sensação de medo; a primeira volta na montanha russa; coisas acontecem freneticamente, o iceberg rompe o estômago e ameaça naufragar o prazer que se instala devagar. Coragem, nestas horas é preciso ter coragem.
Sei que vai pintar a tal encruzilhada, mais uma, das grandes, e aí, enquanto ouço o barulho do trem se aproximando, a cancela fechando-se gradativamente, sei que será hora de acelerar, sem olhar pro trem, resistindo aquele impulso maluco de engatar ré, síndrome de Sara e as malditas estátuas de sal, hora de ir em frente e deixar que o out door do meu cérebro acenda as luzes:
Coragem! Talento é pouco, essencial é culhão. Coragem!"
Marcio Americo.
quarta-feira, janeiro 07, 2009
Acrilírico
Caetano Veloso
Olhar colírico
Lirios plásticos do campo e do contracampo
Telástico cinemascope teu sorriso tudo isso
Tudo ido e lido e lindo e vindo do vivido
Na minha adolescidade
Idade de pedra e paz
Teu sorriso quieto no meu canto
Ainda canto o ido o tido o dito
O dado o consumido
O consumado
Ato
Do amor morto motor da saudade
Diluído na grandicidade
Idade de pedra ainda
Canto quieto o que conheço
Quero o que não mereço
O começo
Quero canto de vinda
Divindade do duro totem futuro total
Tal qual quero canto
Por enquanto apenas mino o campo ver-te
Acre e lírico o sorvete
Acrilíco Santo Amargo da Putrificação
Chico por Caetano. E o beijo eu guardo pra devolver, um dia, na testa.
Caetano Veloso
Olhar colírico
Lirios plásticos do campo e do contracampo
Telástico cinemascope teu sorriso tudo isso
Tudo ido e lido e lindo e vindo do vivido
Na minha adolescidade
Idade de pedra e paz
Teu sorriso quieto no meu canto
Ainda canto o ido o tido o dito
O dado o consumido
O consumado
Ato
Do amor morto motor da saudade
Diluído na grandicidade
Idade de pedra ainda
Canto quieto o que conheço
Quero o que não mereço
O começo
Quero canto de vinda
Divindade do duro totem futuro total
Tal qual quero canto
Por enquanto apenas mino o campo ver-te
Acre e lírico o sorvete
Acrilíco Santo Amargo da Putrificação
Chico por Caetano. E o beijo eu guardo pra devolver, um dia, na testa.
domingo, janeiro 04, 2009
Rapaz,
Apaixonada, eu já achei que o oriente nem era assim, tão longe. Que o sul era quase extensão do quintal da minha casa. Que eu era capaz de ver o norte do país da janela do meu quarto. Que a mesma distância entre a europa e eu era a distância entre eu e mogi das cruzes.
E agora, sei lá porque diabos eu fui levar a sério essa idéia de levar a sério, pela primeira vez fiquei puta, mas muito puta mesmo, ao notar que o aeroporto de congonhas é tão (porra do caralho da puta que pariu) distante da minha casa.
Apaixonada, eu já achei que o oriente nem era assim, tão longe. Que o sul era quase extensão do quintal da minha casa. Que eu era capaz de ver o norte do país da janela do meu quarto. Que a mesma distância entre a europa e eu era a distância entre eu e mogi das cruzes.
E agora, sei lá porque diabos eu fui levar a sério essa idéia de levar a sério, pela primeira vez fiquei puta, mas muito puta mesmo, ao notar que o aeroporto de congonhas é tão (porra do caralho da puta que pariu) distante da minha casa.
quinta-feira, janeiro 01, 2009
E eu que causei tanta confusão durante o ano com meu radicalismo cheio de frases de efeito, terminei 2008 causando impacto ao dizer, pela primeira vez, "Eu te amo".
E eu que passei o ano fugindo das convenções familiares e adiando a seriedade das minhas decisões, terminei 2008 vendo meu pai e meu namorado (eu ainda não me acostumei com o pronome) com os joguinhos nas mãos, acompanhando o sorteio da mega-sena.
E eu que me rasguei pra tanta gente em textos viscerais durante os 12 meses do ano, comecei 2009 recebendo uma puta declaração escrita do cara que menos conheceu o meu lado exagerado de sentimento impulsivo.
É, tá sendo bem diferente de tudo. E muito, muito mais gostoso.
E eu que passei o ano fugindo das convenções familiares e adiando a seriedade das minhas decisões, terminei 2008 vendo meu pai e meu namorado (eu ainda não me acostumei com o pronome) com os joguinhos nas mãos, acompanhando o sorteio da mega-sena.
E eu que me rasguei pra tanta gente em textos viscerais durante os 12 meses do ano, comecei 2009 recebendo uma puta declaração escrita do cara que menos conheceu o meu lado exagerado de sentimento impulsivo.
É, tá sendo bem diferente de tudo. E muito, muito mais gostoso.
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